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Entrevista
com
Dr. Ihaleakala Hew Len Ph.D,
Criador do Ho'oponopono
Por Cat Saunders
Como
demonstrar gratidão a alguém que lhe ajudou a ser livre?
Como demonstrar
gratidão a um homem cuja gentileza de espírito, e agudeza nas
declarações, alterou completamente o curso de sua vida?
Ihaleakala Hew Len é a pessoa que significa
tudo isso para mim. Como um irmão de alma que aparece
inesperadamente num momento de necessidade, Ihaleakala entrou em
minha vida em março de 1985, um ano de grandes mudanças para mim.
Eu o conheci durante um curso chamado Self I-Dentity Through
Ho'oponopono, no qual ele era facilitador, juntamente com a nativa
havaiana e kahuna (“guardiã do segredo”) Morrnah Nalamaku Simeona,
já falecida.
Para mim, Ihaleakala e Morrnah fazem parte do ritmo da vida. Embora
eu sinta um grande amor por eles, não consigo vê-los como simples
pessoas, porque a forma com que eles influenciam minha vida vem
através de um vigoroso pulsar, como o som de tambores africanos na
noite.
Recentemente, tive a honra de ser convidada a entrevistar Ihaleakala
pela Foundation of I, Inc. (Freedom of the Cosmos), organização
fundada por Morrnah. Mas minha maior honra foi saber que ele estaria
vindo do Havaí especialmente para encontrar-se comigo.
Dr. Ihaleakala S. Hew Len
é presidente e administrador da Fundação. Juntamente com Morrnah,
ele vem trabalhando com milhares de pessoas há muitos anos,
inclusive com grupos das Nações Unidas, UNESCO, Conferência
Internacional pela Paz Mundial, Conferência da Medicina Tradicional
Indígena, Curadores pela Paz na Europa, e da Associação dos
Professores do Estado do Havaí. Tem também uma larga experiência no
tratamento de pessoas mentalmente enfermas, com criminosos doentes
mentais e suas famílias.
Todo o seu trabalho como educador é permeado e tem como suporte o
processo Ho'oponopono.
Ho’oponopono significa
simplesmente “acertar o passo” ou “corrigir o erro”.
De acordo com os antigos havaianos,
o erro provém de pensamentos
contaminados por memórias dolorosas advindas do passado.
Ho'oponopono oferece uma forma de liberar a energia desses
pensamentos dolorosos, ou erros, os quais causam desequilíbrio e
enfermidades.
No desenrolar do processo Ho'oponopono, Morrnah foi orientada a
incluir as três partes do eu, que são a chave para a Auto-identidade.
Essas três partes, presentes em cada molécula da realidade, são
chamadas de
Unihipili
(criança/subconsciente),
Uhane
(mãe/ consciente) e
Aumakua
(pai/superconsciente).
Quando esta “família interna”
encontra-se alinhada, a pessoa está em sintonia com a Divindade,
acontece o equilíbrio e a vida começa a fluir.
Assim, Ho'oponopono auxilia na restauração do equilíbrio,
primeiramente no individuo e depois em toda a criação.
Ao me apresentar este sistema tríplice, juntamente com o mais
poderoso processo de perdão que eu conheço (Ho'oponopono),
Ihaleakala e Morrnah ensinaram-me o seguinte:
a melhor maneira de trazer cura para cada aspecto de minha vida, e
para o universo inteiro, é assumir 100% de responsabilidade e
trabalhar comigo mesma.
E ainda aprendi com eles a simples sabedoria do total auto-cuidado.
Como disse Ihaleakala, em sua nota de agradecimento após nossa
entrevista:
“Cuide bem de
você. Se fizer isso, todos serão beneficiados.”
Certa vez, Ihaleakala ausentou-se uma tarde inteira, bem no meio de
um curso do qual eu participava, simplesmente porque sua Unihipili
(criança/subconsiente) pediu para ir ao hotel e tirar uma longa
soneca. É claro que ele assumiu sua responsabilidade antes de se
retirar, e Morrnah estava lá para dar prosseguimento ao trabalho.
Fiquei impressionada com sua atitude. Para alguém como eu, criada
numa família que ensinava a sempre colocar os outros em primeiro
lugar, a ação de Ihaleakala foi no mínimo surpreendente e divertida.
Ele tirou sua soneca e deu uma lição inesquecível de auto-cuidado.
Cat:
Ihaleakala,
quando conheci você, em 1985, eu havia recém começado a trabalhar
com consultas individuais, depois de ter sido conselheira em
agências durante quatro anos. Lembro-me de você dizer: “Toda terapia
é uma forma de manipulação.” E eu pensei: “Cruzes! O que é que vou
fazer agora?” Eu sabia que você tinha razão, e quase desisti da
idéia! É claro que continuei, mas aquela sua colocação mudou
completamente minha forma de trabalhar com as pessoas.
Ihaleakala:
A manipulação acontece quando eu (o terapeuta) chego com a idéia de
que você está doente e eu vou trabalhar em você. Coisa muito
diferente é quando acredito que você veio até mim para me trazer uma
oportunidade de olhar o que está acontecendo
comigo.
Nesse caso não acontece a manipulação.
Se a terapia for baseada em sua crença de que você está ali para
salvar o outro, curar o outro ou orientar o outro, a informação que
você traz emerge do intelecto, da mente consciente. Mas o intelecto
não é habilitado para entender e abordar problemas. O intelecto não
tem a menor condição de solucionar problemas! Ele é incapaz de
compreender que, quando uma situação problemática é solucionada por
transmutação (como no caso de Ho'oponopono e outros processos
semelhantes), não só a situação fica resolvida, mas tudo o que
estiver relacionado com ela, atingindo níveis microscópicos e
estendendo-se até o início dos tempos.
Sendo assim, penso que a pergunta mais importante a ser feita é: “O
que é um problema?” Se você faz uma pergunta como esta, não há
clareza. E como não há clareza, eles inventam uma forma de resolver
o problema...
Cat:
... como se o
problema estivesse “lá fora”.
Ihaleakala:
Sim. Por exemplo, outro dia recebi um telefonema de uma mulher, cuja
mãe estava com 92 anos. Ela disse: “Minha mãe está com uma horrível
dor nos quadris já faz muitas semanas.” Enquanto a mulher falava
comigo, eu fazia a seguinte pergunta à Divindade: “O que está
acontecendo comigo para ter causado a dor nesta senhora? Como posso
resolver este problema dentro de mim?” As respostas vieram e eu fiz
o que me foi solicitado.
Pode ser que uma semana depois a mulher me ligue para dizer que sua
mãe está melhor. Isto não significa que não haverá reincidência do
problema, porque pode haver causas variadas para aquilo que parece
ser o mesmo problema.
Cat:
Tenho
acompanhado muitos casos de doenças crônicas e dores recorrentes.
Trabalho com elas o tempo todo, usando Ho'oponopono e outros
processos de clarificação, a fim de reparar toda dor que causei,
desde o início dos tempos.
Ihaleakala:
Sim. A idéia é que pessoas como nós estão justamente trabalhando em
profissões de cura porque já causaram muita dor por aí.
Cat:
Que coisa!
Ihaleakala:
Não é maravilhoso a gente saber disso? E ainda atendermos pessoas
que nos pagam por lhes ter causado problemas!
Eu disse isso a uma mulher em Nova York, e ela exclamou: “Meu Deus,
se pelo menos eles soubessem!” Mas, como você vê, ninguém sabe.
Psicólogos, psiquiatras continuam acreditando que a função deles é
ajudar a curar
o outro.
Vamos supor que você veio me consultar. Eu peço à Divindade: “Por
favor, o que quer que esteja acontecendo dentro de mim que causou
esta dor na Cat, diga-me como posso corrigir.” E então vou ficar
continuamente aplicando a orientação recebida, até que a sua dor vá
embora, ou até você me pedir que eu pare. O importante não é
propriamente o efeito, mas chegar ao problema. Essa é a chave.
Cat:
Você não
focaliza no resultado porque isto não é de nossa competência.
Ihaleakala:
Certo. Nós só podemos fazer o pedido.
Cat:
E nós também
não sabemos quando uma determinada dor ou doença vai se alterar.
Ihaleakala:
Pois é. Digamos que se recomendou a uma mulher o tratamento com
certa erva, a qual não está surtindo efeito. Novamente a questão: “O
que acontece dentro de mim que faz com que esta mulher não receba os
benefícios da erva?” E eu vou trabalhar com isso. Vou limpar e ficar
de boca fechada, permitindo que o processo de transmutação se opere.
Quando
acontece de você se apegar a seu intelecto, o processo é
interrompido.
A coisa mais importante a ser lembrada, no caso de um trabalho de
cura não surtir efeito, é aceitar a possibilidade de a causa do
problema estar em erros múltiplos, em múltiplas questões e memórias
dolorosas. Nós não sabemos nada!
Só a Divindade sabe o que está
acontecendo.
No mês passado, fiz uma apresentação em Dallas. Na conversa com uma
mestra em Reiki, perguntei-lhe: “Quando alguém lhe vem com um
problema, onde você vai encontrá-lo?” Ela me olhou intrigada. E eu
disse: “Em você. Porque foi você quem causou o problema, e o seu
cliente vai lhe pagar pela cura de um problema que é seu!”
Cat:
100% de
responsabilidade.
Ihaleakala:
100% de consciência de que foi você quem causou o problema. 100% de
consciência de que é sua a responsabilidade corrigir o erro.
Imagine o dia em que todos nós formos 100% responsáveis!
Como vou convencer as pessoas de que nós somos 100% responsáveis
pelos problemas?
Se você
quer resolver uma situação problemática, trabalhe-a em si próprio.
Se a questão está ligada a outra pessoa, pergunte a si mesmo: “O que
há de errado comigo que está levando esta pessoa a me incomodar?”
Aliás, pessoas só aparecem na sua vida para lhe incomodar! Quando
você sabe disso, pode superar qualquer situação e se libertar.
É simples: “Sinto muito por tudo que está acontecendo. Por favor,
perdoe-me.”
Cat:
Na verdade,
você não precisa lhes dizer isto em voz alta, e nem mesmo precisa
entender o problema.
Ihaleakala:
Aí está a beleza
de tudo. Você não tem que entender. É como a Internet. Você não
entende nada de como funciona! Você apenas chega até a Divindade e
diz: “Vamos dar um download?” A Divindade então proporciona o
download e você recebe toda a informação. Mas, como nós não sabemos
quem somos, nunca damos o download direto da Luz. Vamos buscar fora.
Sempre me lembro do que Morrnah dizia: “É um trabalho interno.”
Se você quer ter sucesso, trabalhe internamente. Trabalhe em você
mesmo!
Cat:
Reconheço que a
única coisa que funciona é ser 100% responsável. Mas houve um tempo
em que questionei isto, porque eu era uma pessoa do tipo super
responsável, que cuidava de muita gente. Quando lhe ouvi falar sobre
os 100% de responsabilidade, não apenas por mim mesma, mas por todas
as situações e problemas, pensei: “Parado lá! Isso é pura loucura!
Não preciso que ninguém venha me dizer para ser ainda mais
responsável!” O que aconteceu foi que, quanto mais eu refletia sobre
isso, mais fui descobrindo que
há uma grande diferença entre um
super responsável cuidado com o outro e um total cuidado comigo
mesma.
O primeiro
tem a ver com ser uma boa menina, e o segundo, com ser livre.
Lembro-me de
quando você contou sobre a época em que trabalhou como psicólogo na
ala para loucos criminais no Hospital Estatal do Havaí. Disse que
quando começou a trabalhar lá, havia muita violência entre os
internos e que, depois de quatro anos, tudo ficou em paz.
Ihaleakala:
Basicamente,
assumi 100% de responsabilidade.
Só trabalhei comigo mesmo.
Cat:
É verdade que,
durante todo aquele tempo, você não teve contato com nenhum dos
internos?
Ihaleakala:
É verdade. Eu só entrava no pavilhão para verificar os resultados.
Se eles ainda apresentavam problemas, eu ia trabalhar mais um pouco
comigo mesmo.
Cat:
Você poderia
contar uma história sobre a utilização do Ho'oponopono nos, assim
chamados, objetos inanimados?
Ihaleakala:
Certa vez, eu estava num auditório, preparando-me para dar uma
palestra, e eu conversava com as cadeiras. Então, perguntei: “Há
alguém aí que eu tenha esquecido? Alguém entre vocês gostaria de
expor algum problema que exija cuidado de minha parte?”
Uma das cadeiras respondeu: “Sabe, hoje num seminário anterior,
havia um rapaz sentado em mim, o qual sofria com problemas
financeiros, e agora estou me sentindo péssima!” Tratei de limpar
aquele problema e logo pude ver a cadeira se endireitando e dizendo:
“Ok! Estou prontinha para acomodar o próximo!”
Na verdade, o que eu tento fazer é ensinar a sala. Costumo dizer
para a sala, e tudo o que há nela: “Vocês querem aprender o
Ho'oponopono? Afinal, breve irei embora, e não seria ótimo se todos
vocês pudessem dar continuidade a este trabalho?” Alguns respondem
sim, outros respondem não, e há aqueles que dizem: “Estou muito
cansado!”
Então, pergunto à Divindade: “Para aqueles que dizem que querem
aprender, como posso ensiná-los?” Na maioria das vezes, a resposta
é: “Deixe o livro azul (Self I-Dentity Through Ho'oponopono) com
eles.” E é o que faço. Enquanto estou falando, deixo o livro azul em
cima de alguma cadeira ou mesa. Não costumamos acreditar que as
mesas ficam ali, quietas e atentas a tudo o que esta ocorrendo ao
seu redor!
Ho'oponopono é muito simples.
Para os antigos havaianos, todos os problemas começam com o
pensamento. Mas o problema não está no simples pensar.
O problema ocorre
quando nossos pensamentos estão impregnados de memórias dolorosas a
respeito de pessoas, lugares ou coisas.
O trabalho intelectual por si só não é capaz de resolver estes
problemas, porque a função do intelecto é de apenas administrar. E
não é administrando as coisas que se resolvem problemas. Você quer é
se livrar deles!
Quando você
faz Ho'oponopono, o que acontece é que a Divindade pega os
pensamentos dolorosos e os neutraliza ou os purifica.
Não se trata de
neutralizar ou purificar a pessoa, o lugar ou a coisa. O que fica
neutralizada é a energia que está associada a pessoa, lugar ou
coisa. Portanto, o primeiro estágio de Ho'oponopono é a purificação
da energia.
Então, eis que algo maravilhoso acontece. A energia não é apenas
neutralizada; ela é também
liberada,
e tudo fica limpo. Os budistas chamam de Vazio. O último passo é
permitir que a Divindade entre e preencha o vazio com luz.
Para fazer Ho'oponopono, você não precisa saber qual é propriamente
o problema ou o erro. Você só tem que se dar conta de que está tendo
um problema, seja ele físico, mental, emocional ou qualquer outro.
Tão logo você o perceba, é sua responsabilidade começar
imediatamente a limpeza, dizendo:
“Sinto muito. Perdoe-me, por
favor.”
Cat:
Quer dizer que a verdadeira função do intelecto não é resolver
problemas, mas pedir perdão.
Ihaleakala:
Sim.
Eu tenho duas tarefas neste mundo. A primeira é, antes qualquer
outra coisa, cuidar da limpeza. E a segunda é despertar as pessoas
que estão adormecidas.
Quase todo mundo está adormecido!
Mas a única maneira de fazê-las despertar é trabalhando comigo
mesmo!
Esta nossa entrevista serve de exemplo.
Durante as semanas que precederam nosso encontro, estive fazendo o
trabalho de clarificação, de modo que, quando nos encontrássemos,
fôssemos como dois lagos juntando suas águas. Eles se unem e vão em
frente. Só isso.
Cat:
Nesses dez anos
que faço entrevistas, esta foi a primeira vez que não me preparei.
Toda vez que tentava fazê-lo, minha Unihipili dizia que eu devia
apenas vir e estar com você. Meu intelecto fez de tudo para me
convencer de que eu tinha que me preparar, mas eu não dei ouvidos.
Ihaleakala:
Melhor pra você!
A Unihipili, às vezes, é muito engraçada. Certo dia, eu ia descendo
por uma estrada no Havaí. Quando me preparava para pegar um declive
à direita, por onde eu sempre passava, ouvi a voz melodiosa de minha
Unihipili: “Se eu fosse você, eu não descia por aí.” E eu pensei:
“Mas a gente sempre vai por aí.” E continuei o meu caminho.
Uns cinqüenta metros adiante, ouvi de novo: “Ei! Se eu fosse você,
eu não descia por aí!” Segunda chance. “Mas a gente sempre vai por
aí!”
Nessa hora, a nossa conversa já era em voz alta e as pessoas nos
carros próximos me olhavam achando que eu era um louco. Andei mais
25 metros, e ouvi um estrondoso: “Se eu fosse você, eu não descia
por aí!” E eu fui por lá. E lá acabei ficando parado por duas horas
e meia. Por causa de um enorme acidente, estava tudo congestionado.
Não se podia ir nem para frente nem para trás.
Ai, ouvi minha Unihipili dizer: “Não falei?!”
E ela ficou sem conversar comigo um tempão. E com razão.
Por que falar comigo se eu não a ouvia?
Lembro-me uma vez, quando me preparava para ir à televisão falar
sobre Ho'oponopono. Meus filhos olharam para mim e disseram: “Pai,
ficamos sabendo que você vai aparecer na TV. Vê lá se põe umas meias
que combinam!” Eles não se preocuparam com o que eu ia falar. Eles
só estavam preocupados com as minhas meias.
Você vê como as crianças sabem o que é realmente importante na vida?
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Esta
entrevista
foi originalmente publicada por
The New Times, em setembro de
1997.
Para mais informações sobre
Ho'oponopono e contato
com Ihaleakala
Hew
Len,
Ph.D,
visite o site
http://www.hooponopono.org/.
Cat Saunders,
Ph.D é autora do livro
Dr.
Cat’s Helping Book.
Para mais
informações, visite
http://www.drcat.org/
FONTE DESTA
MENSAGEM:
http://mickbernard.blogspot.com/2010/10/entrevista-com-dr-ihaleakala-hew-len.html
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