O INFINITO HUMANO
HARMONIA
Uma mensagem de Scott Rabelais
Quinta-feira 19 Agosto de 2010

Uma orquestra é composta por muitos tipos de instrumentos musicais, cada um oferecendo os seus próprios sons, notas, cordas e tons. A harmonia produz-se quando duas ou mais notas são tocadas ao mesmo tempo e geralmente se cria um som agradável de se ouvir. A harmonia refere-se, ainda, a qualquer tipo de sistema no qual as partes componentes funcionam juntas de uma maneira que se complementa. Por exemplo, podemos considerar o nosso sistema solar funcionando em harmonia, assim como o sol, os planetas, as luas, asteróides e cometas formam um conjunto que opera em harmonia.

Em cada canto e recanto do cosmos a qualidade da harmonia é inerente. Num dado momento, todos os aspectos da criação existem em harmonia. As aparências podem ser diferentes em vários níveis de percepção, mas a harmonia é uma qualidade inerente à luz, tal como a liberdade e a inteligência infinita.

Quando falamos de harmonia entre as pessoas, referimo-nos à confortável mistura das vidas, valores e acções nas suas relações. Há uma atracção natural e uma interacção fluida que ocorre no meio da harmonia. Por outro lado, os relacionamentos cheios de desarmonia são aqueles que contêm lutas, conflitos e tensão.

O cosmos é um sistema no qual todos os elementos, pela sua própria natureza, estão num estado de harmonia. Contudo, nós nem sempre percebemos os elementos em harmonia e podemos ser rápidos a julgar as situações como discordantes. Por exemplo, numa orquestra sinfónica um bombo pode produzir um som muito diferente de uma flauta, enquanto o som da flauta difere grandemente daquele do carrilhão. Todavia, combinando os sons destes instrumentos com outros, pode ser produzida uma harmonia que apoia a melodia da canção. Escutar os sons separadamente não produz a experiência de harmonia, mas, de uma perspectiva “mais elevada”, todos os sons se encaixam de uma maneira congruente para criar uma agradável combinação.

Do mesmo modo, vendo uma grande quantidade de formigas ocupadas, tem-se a impressão de que uma individualmente está apenas em debandada num estado caótico. No entanto, se se olhar para o sistema (o conjunto de formigas) de uma perspectiva mais alta, e se se considerar o propósito por trás das acções de cada formiga e o conjunto como um todo, percebe-se a verdadeira “sinfonia” no trabalho.

Considerai, da mesma maneira, os triliões de células que compõem o corpo humano. Assim, agente nos complexos processos que ocorrem dentro e entre estas células, percebe-se que o corpo humano é uma infinita “sinfonia” virtual de actividade. E, ainda, o corpo é capaz de funcionar num estado harmonioso, cada componente fazendo a sua parte para servir o grande todo. Assim como a inteligência infinita está ao serviço, assim o está também a harmonia na “combinação” de todos os processos do corpo humano.

Pode-se apresentar um caso em que um corpo lutando contra o cancro é um que está em desarmonia. De uma perspectiva limitada, este julgamento é feito frequentemente. Contudo, de uma perspectiva mais alta, a doença está apenas a servir como um indicador e um catalisador para conduzir ao alinhamento vibratório do ser humano. De um ponto de vista de não-julgamento, de uma maior consciência, a doença é considerada como uma dádiva que está a levar a uma vibração mais alta. Em resumo, tudo existe num estado de harmonia, e isto pode ser reconhecido a partir de um estado elevado de consciência. A existência e a luz não podem ser de outra maneira, tal como a harmonia é uma qualidade da existência.

Não existem limites para as profundidades e a complexidade de tal harmonia. Cada aspecto da luz está em harmonia com todos os outros aspectos (a ideia de um “aspecto” aplica-se apenas na percepção). Isto quer dizer que, um grão de areia do Deserto do Sahara, está em harmonia com um mosquito que voa nas praias de Miami, na Florida. De novo, toda a existência está interligada e partilha as mesmas qualidades inerentes.

Como seres humanos, nós, também, pertencemos a essa inerente harmonia que está dentro de toda a existência. Isto significa que nós somos capazes de experienciar a harmonia tal como somos, como uma característica do nosso ser. E, ainda, a ideia de harmonia implica não apenas harmonia interior, mas harmonia com tudo o que existe. Então, enquanto nós podemos sentir harmonia na nossa forma física ou num estado mental, nós também existimos em harmonia com tudo o que podemos ver “fora”, como separado ou à parte de nós. Contudo, quando nos focamos na ideia de separação, isto impede-nos de experienciar harmonia. É apenas em unificação ou combinação de “partes” que podemos experienciar o sistema como um todo e, portanto, a sua harmonia resultante.

Harmonia implica uma consciência do todo e acções que se ajustam, de uma maneira ordenada, com o todo. Por exemplo, o membro da orquestra que toca a flauta ajusta-se e complementa os sons dos outros instrumentos. O flautista serve o seu mais alto propósito quando toca em coordenação com a peça inteira da música, em vez de tocar fora de sintonia com a orquestra.

Igualmente, quando as nossas vidas estão em harmonia com toda a humanidade, estamos a agir como um aspecto harmonioso ou agente da humanidade. Contribuímos para o todo, e fazemo-lo agindo naturalmente fora da luz. Embora nunca escapemos à nossa inerente natureza como luz, somos capazes de experimentar a harmonia da nossa existência quando vivemos de acordo com a luz e para o benefício do todo.

Nenhum esforço ou força de vontade é requerido para se viver em harmonia. Do mesmo modo, não temos que ganhar a nossa liberdade ou estudar diligentemente para sermos infinita inteligência. Harmonia é inerente em quem somos. Ao experienciarmos o centro do nosso ser, experienciamos a harmonia da nossa natureza como seres de luz. Nós somos a música que complementa a sinfonia do cosmos. E nós somos a própria sinfonia.



Tradução: Ana Belo anatbelo@hotmail.com
Direitos de autor: Scott Rabalais – Permissão concedida para copiar e distribuir este artigo livremente na condição de o nome do autor ser incluído no mesmo.
 

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